Assim como em outras áreas do mercado de tecnologia, os profissionais de desenvolvimento de software devem se atentar aos KPIs (sigla para Key Performance Indicator ou Indicador-Chave de Performance) para melhorar seus processos e aplicações. Isso pode ser observado de forma individual ou no time como um todo.
O KPI é fundamental para entender o que está e o que não está dando certo nos trabalhos da equipe, guiado pelos objetivos iniciais. E ele não é único: dezenas de indicadores podem ser observados pelos desenvolvedores e engenheiros.
Dessa forma, fica muito mais fácil estabelecer metas possíveis e planos de curto, médio e longo prazo. Essas métricas e análises são indispensáveis para o crescimento da equipe e, claro, a satisfação dos clientes.
As metodologias de análise são aplicadas para entender o projeto do produto como um todo, desde sua idealização.
Podem ser analisados os times envolvidos, o processo de desenvolvimento, a interação das pessoas durante a utilização do produto finalizado e os feedbacks dos clientes de acordo com a expectativa posta no projeto.
Ou seja, existem métricas do processo, do produto e do projeto, além das internas e externas. Vamos falar um pouco mais sobre algumas delas mais adiante.
Profissionais, usuários e clientes fazem parte das métricas do desenvolvimento de software.
Com essa participação, todas essas pessoas ficam, de alguma forma, responsáveis pelo crescimento da aplicação e podem contribuir com sugestões de melhorias.
E nada do que vem de nenhuma dessas pessoas é baseado em intuição. Todas as observações devem ser fundamentadas em experiências reais e palpáveis.
Por se tratar de um trabalho complexo e técnico, os KPIs de desenvolvimento de sistemas também não são tão simples. Existem métricas para analisar os profissionais, os produtos, a usabilidade e até mesmo os defeitos e falhas que acontecem nos sprints.
Separamos alguns deles neste artigo para que você conheça um pouco mais da análise de dados nesta área.
O tempo de entrega é uma métrica ampla, mas que ao mesmo tempo pode dizer muito sobre como a equipe está trabalhando no projeto.
A proposta é considerada o início da execução de um projeto e, a entrega, o fim dela.
Ao mesmo tempo, também é possível observar o tempo de entrega de cada pessoa do time individualmente, ou de cada sprint, por exemplo. Esses insights podem dar aos gestores visões micro e macro do trabalho que está sendo desenvolvido.
Dentro do tempo de entrega, está o tempo do ciclo. Ele é contado desde o momento em que a tarefa começa a ser executada até quando ela entra em seu estágio final. Assim, fica mais fácil mediar atrasos que possam prejudicar a estrutura da equipe.
O mais indicado é analisar os KPIs em períodos mais curtos, para que as falhas e defeitos possam ser ajustados assim que identificados, para não atrapalhar o andamento do projeto.
O WIP (work in progress) é a análise de um trabalho que saiu do backlog e está em progresso.
Ele pode ser medido como um gráfico e indica quanto trabalho já está finalizado e quanto ainda precisa ser feito. Assim, é possível observar se o projeto está andando no tempo estipulado, mais rápido ou mais lento do que o esperado.
Mapear os defeitos pode dar à equipe mais precisão quanto à frequência que eles acontecem e, também, em quais etapas são mais comuns. Essa tabulação, em geral, é feita por KLOC (milhares de linhas de código).
Como já comentamos, é importante que o time sempre busque corrigi-los assim que forem identificados. Ao tomar essa atitude, as chances de atrasar a entrega do projeto são menores. Além disso, imagine o que acontece ao não cuidar de uma falha: prejuízo para os responsáveis pelas próximas etapas, para dizer o mínimo.
Falando de forma mais específica, os bugs nas aplicações criadas pela equipe de desenvolvimento de software podem ser simples ou críticos. Neste último caso, algumas vezes o usuário nem mesmo consegue utilizar o produto.
Os times devem estar atentos a todos os desafios que podem surgir. Para isso, contam com os KPIs de monitoramento.
Além dos KPIs, é preciso investir em testes contínuos, controlar as versões do software (registrando todas as ações realizadas), e fazer uma avaliação detalhada após a entrega para ter certeza de que tudo está saindo como planejado e nada vai atrapalhar a experiência do usuário.
Quando as falhas ocorrem, a equipe deve se atentar ao tempo que elas levam para serem identificadas, o tempo médio entre uma falha e outra e o tempo que a equipe leva para fazer o reparo.
Esses dados devem ser catalogados para a observação de tendência de falhas e evitar o máximo de erros possível no futuro.
Um time precisa, sim, ser produtivo. Mas a liderança deve analisar se a velocidade da produtividade prejudica a qualidade, quando feita de forma mais forçada. Para isso, a cobertura de código pode auxiliar.
Como o especialista Márcio Krüger explica em seu artigo, “um sistema com alta cobertura de código significa que foi mais exaustivamente testado e tem uma menor chance de conter erros”.
Antes mesmo de iniciar os processos mais técnicos do desenvolvimento de software, o cliente oferece um orçamento (budget) para ser utilizado pela equipe. A análise de como o orçamento está sendo aplicado em cada etapa também é fundamental.
Aqui entra também a transparência na comunicação com o cliente.
É claro que um orçamento nessa área é definido a partir de muitas variáveis, visto que um software pode ser criado para servir uma ou milhões de pessoas, além da complexidade tecnológica, o design, as integrações, entre outros.
Quando falamos de sistemas, a segurança deve ser sempre levada em consideração. E é claro que para ela também existem KPIs aplicáveis.
As análises de vulnerabilidade são utilizadas para identificar possíveis falhas. Quanto mais vulnerabilidades forem encontradas, menos seguro é o software.
Ataques reais também são indicadores. A frequência com que hackers invadem o software, a gravidade dos ataques e o tempo de duração podem auxiliar o monitoramento da equipe e o reforço da segurança.
Importante lembrar, ainda, que cada linguagem de programação tem suas próprias vulnerabilidades.
Uma das maiores tendências do mercado da tecnologia é que os produtos sejam cada vez mais e mais voltados para o sucesso da experiência do usuário - representado pela sigla UX (user experience).
Essa resposta dos usuários sobre o produto utilizado mostra o quanto eles confiam no sistema, quão fácil é sua utilização e se eles conseguiram alcançar seus objetivos com a plataforma.
Um app de delivery de comida, por exemplo, tem como objetivo… pedir comida! Por isso, o caminho entre a vontade do cliente e esse objetivo deve ser o mais simples possível.
Existe ainda uma métrica chamada Net Promoter Score (NPS). A partir dela, o usuário indica qual a possibilidade de indicar o software para outros usuários. Essa medida é indicada em uma escala de 0 a 10:
O sucesso de uma equipe de T.I. não vem da sorte e nem da intuição, muito pelo contrário. Ele é construído de forma progressiva e analítica, com muita dedicação.
Por isso, o estudo dos KPIs deve fazer parte da cultura organizacional do time. As metas devem ser sempre pautadas por eles, para que sejam reais e alcançáveis.
A liderança, por sua vez, deve ser transparente a respeito do andamento dos projetos e das contribuições, além de ter uma comunicação clara e precisa, com reuniões e feedbacks individuais e coletivos.
É claro que cada equipe de T.I. vai precisar mais ou menos de cada KPI apresentado, de acordo com os objetivos dos projetos. As lideranças devem saber priorizar os dados de acordo com a relevância que eles têm. Tentar simplesmente utilizar vários KPIs sem critério pode mais atrapalhar do que ajudar.
A verdade é que qualquer equipe precisa ter metas e métricas para análise muito bem definidas. Dessa forma, é possível mensurar o sucesso do trabalho e seu impacto no crescimento da empresa.
Não é diferente quando falamos dos times de desenvolvimento de software e seus KPIs.
Os KPIs são indispensáveis, é claro. Mas isso não quer dizer que seguir as métricas e ajustar os erros vai garantir a perfeição do projeto, e nem dos seguintes. A área de tecnologia da informação é um aprendizado contínuo.
Muitos serviços de T.I. precisam funcionar em torno de 99,3% do tempo de operação programada. Isso exige que a equipe esteja disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Isso faz com que os custos com operação e pessoal sejam bastante elevados, sem contar os treinamentos e o investimento no crescimento profissional dos colaboradores.
A análise dos KPIs pode fazer com que a liderança prefira estratégias alternativas durante o desenvolvimento de software. Com isso, a equipe estabelece novas metas para chegar ao objetivo do produto. Nem sempre fazer essas mudanças é uma tarefa simples.
A falta de informações claras por parte do cliente também atrapalha o andamento do projeto, demandando modificações para que o prazo de entrega e a expectativa do cliente não sejam comprometidos.
O mercado da tecnologia exige que as técnicas sejam as mais modernas e sofisticadas possíveis, para garantir a qualidade do sistema.
Acompanhar essas transformações demanda melhores dispositivos de trabalho, ou seja, gastos com equipamentos. A tecnologia da nuvem (cloud computing) também é bastante requisitada.
Além disso, o avanço de novos sistemas prejudicará os softwares mais antigos. A incompatibilidade gera mais um trabalho de atualização.
Já comentamos aqui sobre alguns KPIs para melhorar os processos na sua equipe de desenvolvimento de software e sobre os desafios do time.
Agora, falando sobre coisas boas, separamos alguns KPIs de qualidade para analisar na sua empresa.
As siglas significam, respectivamente, Total de Defeitos Detectados, Total de Defeitos Encontrados pelo Cliente e Total de Defeitos Removidos. Esses dados, cruzados, podem indicar o quanto seu time está obtendo sucesso na remoção dos defeitos do software.
Esses dados nos levam à EDD, que é a Eficácia na Detecção de Defeitos, representada por uma porcentagem. Para chegar a ela, existe uma fórmula:
EDD = TDD / (TDD+TDC) x 100
Depois de detectados os defeitos, a equipe deve trabalhar para solucioná-los. A taxa de sucesso da resolução também é indicada por uma fórmula:
Taxa de Sucesso da Resolução de Defeitos = Total de Defeitos Resolvidos – Total de Defeitos Reabertos / Total de Defeitos Resolvidos x 100
A forma mais simples de mensurar e entender a satisfação dos clientes e usuários do produto é… perguntando!
Crie questionários ou formulários online e faça perguntas relevantes para entender os sentimentos proporcionados pelo trabalho que foi realizado. As reuniões também são bem-vindas.
Essas respostas e feedbacks podem ser incorporadas em um próximo Sprint.
Neste artigo, você conheceu alguns dos indicadores-chave de performance da área de tecnologia.
Reforçamos que este é um mercado em constante evolução, por isso é muito importante se atentar às novidades e às novas tendências, que com certeza virão acompanhadas de novos indicadores.
Para que isso aconteça de forma natural, a liderança deve estar sempre atenta para auxiliar nos projetos, ficar à disposição para indicar os melhores treinamentos, tirar dúvidas e organizar a comunicação e as informações.
Desse modo, a equipe de desenvolvimento de software pode encontrar métricas indispensáveis para entregar produtos e projetos muito satisfatórios para quem os solicitar.
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